O pescador inventor
Quem já não teve, um companheiro de pesca, que gosta de inventar de tudo: da isca caseira infalível, do chicote matador, da seva miraculosa, dignos de professor Pardal?
Pois bem, o meu amigo Joãozinho se enquadrava como um desses inventores, ora genial, ora autor de verdadeiras inutilidades.
Era semana de Natal, o Joãozinho chegava em sua casa, trazendo nos braços, mais uma de suas invenções, que mandara fazer num ferreiro.
-Oi querido que bom que você trouxe a árvore de Natal! recebeu a esposa alegremente. Mudo Joãozinho se encaminhou a sua oficina, onde guardava os seus inventos.
-Os gênios nunca são compreendidos, murmurou ele.
Num final de semana, ele me convidou, para uma pescaria, dizendo que tinha uma novidade a me mostrar.
Pegamos a nossa lancha, e fomos a uma ilha , onde sempre pescávamos.
E chegara finalmente, o momento de ele apresentar a grande novidade. Ele tirou da sacola, algo semelhante a uma árvore de Natal (a esposa tinha razão!).
Diante do meu olhar incrédulo, ele ia descrevendo as maravilhas do tal mecanismo. Segundo ele, era um “multi-fisgador automático”, consistindo numa base de cinco ou seis pés (não me recordo ao certo), que serviria para ancoragem, e em cada ponta destes, ficava preso um anzol, com as linhas que eram conduzidas, a uma linha mais grossa, presa numa haste central.
-E aí meu amigo, é só esperar! Disse ele se acomodando no seu cantinho predileto.
Enquanto eu enchia a minha caixa de peixe, no método convencional o meu amigo bocejava pela falta de ação.
Cansado de esperar pelo peixe, ele começou a falar:
- São Longuinho São Longuinho, concedei-me uns peixinhos...
Então ele deu três pulos. Imagina ele com um fisico avantajado, dar esses pulos num barquinho, além de me assustar, afastou também os peixinhos.
Cansado de esperar pelo peixe, ele começou a falar:
- São Longuinho São Longuinho, concedei-me uns peixinhos...
Então ele deu três pulos. Imagina ele com um fisico avantajado, dar esses pulos num barquinho, além de me assustar, afastou também os peixinhos.
Já no final da tarde, ele discutia comigo, tentando me explicar, o que tinha dado errado.
Quando já estava para dizer a ele que, seria esta e entrar no extenso rol das inutilidades, o barco se mobilizou numa rajada de vento mais forte, e a linha 1,00 mm que estava presa no tal geringonça, se esticou e, como estava encostada nos dois bordos do barco, o casco servia como caixa de ressonância, começou a emitir um sonido semelhante a de um berimbau.
Ficamos por um bom tempo, maravilhados ouvindo aquele tom nostálgico, iluminados pelo últimos raios de sol de verão.
- Bem, pelo menos não foi de todo inútil, disse ele baixinho...
De volta ao Pantanal
Após dois anos da primeira viagem ao Pantanal, retornamos, desta vez em companhia do amigo Joãozinho.
O Joãozinho é proprietário de uma loja de aquarismo, assim é também um aficionado pelos peixes.
Novamente fomos à cidade de Cáceres, na época de Corpus Christi.
Como da vez anterior, o meu irmão e a família nos recebeu com ótima acolhida.
Desta vez, partimos com a turma de pescaria do meu irmão, já à noite de quarta-feira, numa chalana, lenta e barulhenta, e fomos deitados na proa do barco, embrulhados em cobertores, pois a noite na região esfria bastante.
Desta vez levei a câmera de vídeo cassete, o qual vídeo está logo acima.
Pescamos os mesmos peixes da vez anterior, em bastante quantidade, e trazemos ainda numa caixa de isopor de 100litros, bastante recheada.
Joãozinho todo contente com o seu dourado.
Joãozinho com a piranha.
Este é do tipo de conto que deve ter sido baseado na realidade, mas que o autor fez uma complementação, para torná-lo mais interessante e hilariante. Muito bom!
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