O naufrágio
Estava eu e meu companheiro de pescaria, acampados no camping, em frente a praia em Maceió-AL.
Era um lugar espetacular, um camping amplo, sombreado pelo imenso coqueiral, ventilação constante e aquele maravilhoso mar verde-azulado.
Descia-se pelos fundos do camping, diretamente para a praia, extensa com as ondas arrebentando somente na beira, e mais para o meio numa superfície calma e espelhada. Ao longe via-se vários barcos de pescadores apoitados.
Imagine o que a gente estava sentindo, ao ver aquele marzão, doidos para darmos o nosso pincho. Tínhamos levado o nosso barco, rebocado, com todos os apetrechos, pedimos informações e indicaram um funcionário que seria um aficionado de pesca.
Entusiasmado, ele contou ser aquele lugar, ótimo ponto para xaréus, robalos e até arabaianas.
-E as iscas?
-Ah as iscas, é só colocar uns anzoizinhos prateados, sem nada e ficar mexendo, que é sardinha na certa!
Mal o sujeito tinha terminado, saímos correndo em busca do barco.
-E aquela arrebentação?
-É só segurar o barco, ligar o motor, pular dentro e arrancar, disse o experiente pescador que nos acompanhou até a beira.
Barco pronto, tudo dentro, mandei meu companheiro segurar o barco, puxo o arranque, pulamos dentro, e lá vamos nós...e a onda implacável quebrou encima da gente.
-Tire a água rápido!
-O balde não veio!
Nisso vem a segunda onda, enchendo completamente o barco. Aí não teve mais como equilibrar e viramos para o lado.
Já dentro do mar, conseguimos segurar no casco virado. Com um sentimento misto de susto e raiva, disse para o meu amigo.
-É Roberto, perdemos todo o equipamento, acabou a nossa pescaria! (e mal tínhamos começado).
-Que nada! Disse ele, levantando o braço que estava dentro d’agua. Milagre! Ele segurava as nossas quatro varas montadas com molinetes e carretilhas!!!
O pessoal que estava na praia, veio nadando para nos ajudar. Içamos a ancora e fomos empurrando até a beira.
Perdi (somente) a caixa de pesca, com um molinete e várias iscas Rapala, jigs, anzóis, chumbadas, canivete suíço multiuso, balança para peixe, bóia luminosa, etc.etc...
No dia seguinte, levamos o motor que ficou submerso de cabeça para baixo, a uma oficina para fazer o reparo necessário.
O motor ficou ótimo e saímos agora para um canal mais seguro(?) acabamos saindo além dos arrecifes (uma loucura!)
mas esta já é outra história....
Conclusão
Com esta história tiramos um aprendizado:
1- Usar sempre que estiver embarcado, o colete salva-vidas.
2- Amarrar todos os pertences como o material de pesca, ao barco.
3- Cuidado com praias de tombo, em que as ondas quebram com violência, nestes casos é bom usar um barco inflável com o fundo rigido, que navega bem como um barco de aluminio. Não é atoa que no nordeste os pescadores artesanais usem jangadas, pois as ondas passam diretas pela superfície sem alagá-las.
Meu barco de aluminio de 5 metros que levamos nesta viagem.
Barco inflável de fundo rígido.
Eu tive na década de 60 um cérebro mágico, exatamente como este. Era fascinante a cabeça acender quando acertava uma pergunta. Brinquedo instrutivo maravilhoso.
ResponderExcluirPor debaixo do tablado havia uma espécie de circuito integrado de papel alumínio. Era a base de pilhas. Que saudade!
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