Um lugar que costumávamos pescar bastante, próximo a Belém, era a ilha fluvial de Mosqueiro.
Distante 70 km da capital, a ilha oferece inúmeras praias, bastante frequentadas principalmente no mês de julho, considerado verão paraense, quando recebe milhares de veranistas.
Meu amigo Joãozinho possue uma casa nesta ilha, e sempre que podíamos íamos às vezes com a família, e outras vezes só nós homens para pescarmos.
Quem me apresentou o Joãozinho, foi outro amigo o Rocélio, este morador no mesmo conjunto do Luizinho.
O Joãozinho possue uma loja de aquarismo, onde comercializa peixes ornamentais, tropicais e marinhos.
Íamos bastante nós três para a casa de veraneio do Joãozinho para pescarmos.
Logo no primeiro encontro na loja dele, onde fui levado pelo Rocélio, ele me perguntou onde eu costumava pescar, e respondi que era Salinas.
- Salinas é bom mas é um pouco longe, eu tenho uma casa em Mosqueiro, podemos ir pescar lá.
- Você tem barco lá? perguntei.
- Meu irmão tem um veleiro pequeno, todo em fibra, só não tenho motor de popa, você tem?
- Tenho um de 14 hp que uso no meu barco de alumínio.
- Ótimo podemos colocar no barco do meu irmão e tentarmos pescar.
Daí ele me contou que tem um pequeno bote de fibra e um motor de popa nacional, em que pescava nas beiradas. Ele me contou também que gostava de inventar novas coisas (professor Pardal), e como pescava sozinho achou dificuldade na hora de colocar âncora, de fazer amarras, sentado na popa, e vendo passar as lanchas com comando na frente, tentou improvisar com fios amarrado no motor, e sentado na proa, ia puxando para direcionar o barco. Este invento até que funcionou relativamente bem, quando num dia numa manobra brusca, para desviar de uma onda, o fiozinho partiu e quase ia atropelando um banhista.
Bem, assim num final de semana saímos nós três para pescarmos em Mosqueiro.
O veleiro do irmão do Joãozinho, não tinha mais velas e era largo com bancos de fibra nos dois lados, assim para colocar o meu motor, foi preciso deslocar mais para o lado direito. Clocado o motor, até que andou, não com aquela velocidade do meu barco, mas deu para pescar nas beiradas.
Até que um dia, ele ouviu de um pescador da ilha de que em frente ao Mosqueiro, atravessando a baía, já perto da ilha do Marajó, existe uma ilha com excelente pesqueiro.
- Nós podemos levar ele, e conforme conversei com ele, sairemos na noite de sábado, chegado com a maré cheia, colocamos a rede grande na praia e ficamos pescando, e depois dormiremos na praia e de manhã quando acordarmos e a maré tiver abaixado, recolheremos os peixes da rede.
- Ótimo, vou levar a barraca de camping, fazemos a fogueira e tomar cervejinha com peixe assado! falei entusiasmado.
Assim escolhemos um final de semana em que a maré estava propícia, e partimos. O pescador que o Joãozinho trouxe, ia sentado com a lanterna de longo alcance ligado na bateria do carro do meu amigo, focando e indicando o caminho a seguir.
Mas com a velocidade de tartaruga do barco, a travessia foi longa, demorou cerca de 2 horas.
Do meio da baía podíamos avistar o piscar do farol que ficava nesta ilha em que os pescadores chamavam de "ilha da Croa".
Com a maré cheia foi fácil chegar a praia, logo estendemos a nossa rede ao longo da praia.
Tentamos pescar na beirada, mas obtivemos poucos resultados. Com a barraca montada, acendemos a fogueira, abrimos as cervejinhas, assamos uns peixinhos e sob um céu tão estrelado que nunca viámos na cidade, e passamos um bom tempo a contar nossos "causos".
Na manhã seguinte, percebemos que a maré tinha abaixado, e fomos recolher os peixes da rede.
Para nossa surpresa, a cada recolhida da rede, vinha peixes de bom tamanho: bagres, sardas, piramutabas, pescadas, camurins(robalos), e até um tambaqui enorme.
Veja os peixes da pescaria:
Nenhum comentário:
Postar um comentário