quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pescando na ilha da Croa

    Pescando na ilha da Croa
   
    Um lugar que costumávamos pescar bastante, próximo a Belém, era a ilha fluvial de Mosqueiro.
      Distante 70 km da capital, a ilha oferece inúmeras praias, bastante frequentadas principalmente no mês de julho, considerado verão paraense, quando recebe milhares de veranistas.
       Meu amigo Joãozinho possue uma casa nesta ilha, e sempre que podíamos íamos às vezes com a família, e outras vezes só nós homens para pescarmos.
        Quem me apresentou o Joãozinho, foi outro amigo o Rocélio, este morador no mesmo conjunto do Luizinho.
        O Joãozinho possue uma loja de aquarismo, onde comercializa peixes ornamentais, tropicais e marinhos.
        Íamos bastante nós três para a casa de veraneio do Joãozinho para pescarmos.
        Logo no primeiro encontro na loja dele, onde fui levado pelo Rocélio, ele me perguntou onde eu costumava pescar, e respondi que era Salinas.
         - Salinas é bom mas é um pouco longe, eu tenho uma casa em Mosqueiro, podemos ir pescar lá.
         - Você tem barco lá? perguntei.
         - Meu irmão tem um veleiro pequeno, todo em fibra, só não tenho motor de popa, você tem?
         - Tenho um de 14 hp que uso no meu barco de alumínio.
         - Ótimo podemos colocar no barco do meu irmão e tentarmos pescar.
         Daí ele me contou que tem um pequeno bote de fibra e um motor de popa nacional, em que pescava nas beiradas. Ele me contou também que gostava de inventar novas coisas (professor Pardal),  e como pescava sozinho achou dificuldade na hora de colocar âncora, de fazer amarras, sentado na popa, e vendo passar as lanchas com comando na frente, tentou improvisar com fios amarrado no motor, e sentado na proa, ia puxando para direcionar o barco. Este invento até que funcionou relativamente bem, quando num dia numa manobra brusca, para desviar de uma onda, o fiozinho partiu e quase ia atropelando um banhista.
         Bem, assim num final de semana saímos nós três para pescarmos em Mosqueiro.
         O veleiro do irmão do Joãozinho, não tinha mais velas e era largo com bancos de fibra nos dois lados, assim para colocar o meu motor, foi preciso deslocar mais para o lado direito. Clocado o motor, até que andou, não com aquela velocidade do meu barco, mas deu para pescar nas beiradas.
         Até que um dia, ele ouviu de um pescador da ilha de que em frente ao Mosqueiro, atravessando a baía, já perto da ilha do Marajó, existe uma ilha com excelente pesqueiro.
         - Nós podemos levar ele, e conforme conversei com ele, sairemos na noite de sábado, chegado com a maré cheia, colocamos a rede grande na praia e ficamos pescando, e depois dormiremos na praia e de manhã quando acordarmos e a maré tiver abaixado, recolheremos os peixes da rede.
         - Ótimo, vou levar a barraca de camping, fazemos a fogueira e tomar cervejinha com peixe assado! falei entusiasmado.
         Assim escolhemos um final de semana em que a maré estava propícia, e partimos. O pescador que o Joãozinho trouxe, ia sentado com a lanterna de longo alcance ligado na bateria do carro do meu amigo, focando e indicando o caminho a seguir.
         Mas com a velocidade de tartaruga do barco, a travessia foi longa, demorou cerca de 2 horas.
          Do meio da baía podíamos avistar o piscar do farol que ficava nesta ilha em que os pescadores chamavam de "ilha da Croa".
         Com a maré cheia foi fácil chegar a praia, logo estendemos a nossa rede ao longo da praia.
          Tentamos pescar na beirada, mas obtivemos poucos resultados. Com a barraca montada, acendemos a fogueira, abrimos as cervejinhas, assamos uns peixinhos e sob um céu tão estrelado que nunca viámos na cidade, e passamos um bom tempo a contar nossos "causos".
          Na manhã seguinte, percebemos que a maré tinha abaixado, e fomos recolher os peixes da rede.
          Para nossa surpresa, a cada recolhida da rede, vinha peixes de bom tamanho: bagres, sardas, piramutabas, pescadas, camurins(robalos), e até um tambaqui enorme.
         Veja os peixes da pescaria:





            

segunda-feira, 19 de novembro de 2012




Presos na fronteira

Estivemos na semana passada no estado do Acre, mais precisamente em Rio Branco.

É a terra natal da minha esposa, e mesmo estarmos casados há 38 anos, nunca tinha visitado este estado. Meus cunhados que são numerosos, já tinham me convidado há muito tempo, entretanto eu alegava sempre que “É muito contramão” ou “Quando ficar mais perto eu irei (?)”

Até que finalmente neste mês de novembro, houve o casamento de uma sobrinha da esposa, e não sei se por eu estar mais idoso, decidi a me aventurar.

A primeira coisa que notei ao descer do avião foi o calor escaldante, mesmo para mim que estou acostumado pelo calor do Pará. Como todos os parentes estão bem empregados, parecem que não fazem muita diferença, pois só vivem no clima de montanha, tanto nas residências, nos trabalhos ou nos automóveis.

Após a cerimônia de casamento, e visitar todos os parentes, convidaram para conhecermos a cidade natal da minha esposa, a Brasiléia, já na fronteira com a cidade de Cobija na Bolívia.

Nesta cidade de Cobija, existe a zona franca com lojas de variadas mercadorias com preços mais em conta.

Partimos num dia bem cedo e ao chegar a Brasiléia, atravessamos a ponte que liga a Cobija, juntamente com minha cunhada e a filha dela.

Fizemos várias compras e perto do meio-dia, decidimos voltar, mas aí os vendedores da loja estavam comentando que haviam fechado a ponte.

Segundo o relato deles, um moto taxista brasileiro tinha sido preso por estar portando 2 mil dólares, produto de um ato criminoso, e os colegas dele tinha bloqueado a ponte do lado boliviano.

Fomos verificar e realmente o tumulto era bem grande, com tudo bloqueado e sem previsão de liberalização.

Fomos à delegacia de policía (em espanhol) pedir informações, mas a autoridade local foi irredutível e só fez nos aborrecermos mais, e na discussão acabamos presos, e conduzidos a uma cela.

- E agora como é que vamos livrar dessa? Estávamos a lamentar.

- É só mesmo o Evo Morales para livrar-nos...

- O que!?  É verdade!!! Nós temos ele!!! Disse eu aos gritos.

Lembrei-me que o marido da minha cunhada, tem uma aparência de um boliviano, e sempre tirava graça com ele falando –Hola Comandante ¿cómo estás?   

Falei para minha cunhada ligar para ele no celular, e vir fantasiado com aquelas vestimentas que utilizou no último carnaval.

Minha cunhada entendeu e logo ligou para ele.

Logo a seguir ouvimos um tumulto lá fora, e alguém estava gritando.

- No admita esa prisión, aflojar inmediatamente a estas personas, o cabezas rodarán!

- Sí mi comandante, sí!

Fomos soltos imediatamente e lá fora encontramos o meu cunhado todo paramentado com o traje do presidente boliviano, cheio de medalhas.


domingo, 18 de novembro de 2012

   
Em protesto contra prisão de brasileiro, mototaxistas bloqueiam pontes de acesso entre Acre e Bolívia


Mototaxistas brasileiros e bolivianos bloqueiam ponte de acesso do lado boliviano da fronteira com a cidade de Epitacolândia, no Acre

Um protesto de mototaxistas brasileiros e bolivianos tem causado o bloqueio das duas pontes que dão acesso à Bolívia, desde as cidades acreanas de Brasiléia e Epitaciolândia, e em Cobija (Bolívia).
O trânsito de carros e pedestres está completamente parado nos locais, desde a tarde desta quarta-feira (14), e registra, nesta noite, pelo menos um quilômetro de congestionamento.
A Força Nacional do Brasil --que faz o policiamento da fronteira-- foi acionada, e uma pessoa foi presa acusada de desacato policial.
O motivo da manifestação é a detenção, no último dia 23, de Eronildo da Silva Lopes, mototaxista brasileiro preso pela polícia boliviana com cerca de US$ 2 mil (R$ 4 mil) e suspeito de integrar organizações criminosas nessa região fronteiriça. O suspeito se encontra no presídio de Villa Busch, distante cerca de 9 km da cidade de Cobija.
No entanto, os manifestantes exigem a transferência do colega para o lado do Brasil, com o argumento de que, desse lado da fronteira, ele teria assistência de familiares e poderia responder à Justiça brasileira.
Nesta quarta-feira, o secretário de Segurança do Estado do Acre, Ildor Reni Graebner, alguns gestores públicos e policiais federais conversaram com os manifestantes, mas o encontro não resultou em nenhum acordo.
Os mototaxistas adiantaram que o movimento irá transcorrer por tempo indeterminado até as autoridades dos dois países
apresentem uma solução para o caso.

Prejuízo ao abastecimento de gasolina

A interdição brasileira resultou na escassez de gasolina no país vizinho. Os caminhões que abastecem as cidades bolivianas não conseguem cruzar as pontes binacionais para abastecer os postos de combustíveis. Revoltados, os mototaxistas na Bolívia aderiram ao protesto na tarde desta quarta-feira (14).
Moradores das duas nacionalidades que dependem da BR-364 para receber produtos e gêneros alimentícios a partir do Acre e Rondônia temem que, se a manifestação continuar, como afirmam os mototaxistas, haverá desabastecimento.

sábado, 17 de novembro de 2012

Veja este video sobre a cidade de Cobija na Bolivia, foronteira com a cidade de Brasileia no Acre.


Cobija - Bolivia

Bem vindos a Pando! O departamento mais novo da Bolívia, o estado faz fronteira com o Brasil e Peru. Sua curta história e da sua recente criação veio dos grupos étnicos que habitam regiões com pitorescas paisagens, ricas em flora e da fauna exótica. Cobija é uma das capitais novas do território boliviano. É também um muito quente, com temperaturas acima de 28 graus na maior parte do tempo Pando por ser um estado novo e em desenvolvimento é, um dos mais pobres da Bolívia. Ruas sem asfaltos! Saúde de péssima qualidade! Saneamento básico quase não existe. Falta água encanada,e coleta de lixo E para resolver esses problemas é preciso investir: A atual administração com o forte empenho do Governo departamental, fixou objetivos de dar prioridade ao desenvolvimento da região, com uma vantagem concreta para a população. É mais se tratando de um estado novo, ótimas oportunidades de negócio são oferecidas para as pessoas que aqui vem em busca de moradia, emprego e principalmente dinheiro.
Cobija é assim com suas casas, ruas, lojas e praças, com um formato rústico e misturado, palmeiras que dão um toque de calma e cidade Tropical relaxada, A gastronomia é interessante e diversificada, Com esse jeito humilde de ser, pando recebe de braços abertos você turista, e a cidade fazem um convite especial com direito à emoção, cultura e belíssimas paisagens que enche os nossos olhos de emoção. Vale apena conhecer.

Veja o video sobre a Cobija

domingo, 4 de novembro de 2012

Peixinho

Estava eu na caminhada matinal pela praça, quando avistei um menino sentado no banco, encurvado fazendo alguma coisa com as mãos.

Me aproximei e verifiquei que ele fazia com fios prateados e um alicate, uns objetos artesanais. Já tinha pronto sobre o banco, uma aranha com as pernas, e estava fazendo um objeto que segundo ele quando indagado, respondeu que seria uma balança com uma torre.

Fiquei maravilhado com a habilidade do menino, e pensei em pedir um objeto para mim.

- Você pode fazer um peixe para mim? Peguei a caneta e papel e fiz um esboço de um peixinho.

Com a afirmativa dele, e ter acertado o preço, que seria de cinco reais, disse para aprontar dai a uma hora, quando viria apanhar com o termino dos exercícios na academia.

Na hora acertada, o menino sorridente a entregar o peixinho.

- Ah, ainda fiz uma vara de pesca também!

Quando o objeto, fiquei decepcionado, pensei em encontrar um peixinho com escamas, todo caprichado como a aranha que tinha visto, entretanto não passava de um simples contorno, tal qual um desenho de criança.

Veja aqui como ele fez.
E aqui como eu queria com escama e tudo!
(o que refiz)
 
 
O menino e o peixe
Nunca mais vi aquele menino que tinha feito o peixinho com araminho.
Alias, nunca tinha visto antes daquela data, pois faz uns três anos que faço as caminhadas matinais naquela praça.
Na ultima vez que o vi, quando fez o peixinho, até indaguei se ele estaria sempre ai, e ele afirmou positivamente.
Embora tivesse ficado decepcionado com a obra, pois não sairá como havia previsto, gostaria de revê-lo para pedir para confeccionar outras peças.
Fiquei até a pensar na saúde dele, pois apresentara uma compressão física franzina.
Outro dia estava pensando nestes detalhes do menino artesão, e dando voltas na mesma praça, perto de um laguinho com fontes, vi alguma coisa brilhar dentro da água.
Aproximei e verifiquei que o objeto era exatamente aquele que o menino tinha feito um peixinho prateado de arame!
Mas como? Tinha-se desmanchado para fazer outro peixinho a meu modo!
Assustado estava fitando no espelho d´agua, quando reparei que alguma coisa estava refletindo por trás.
Virei-me e encontrei uma pequena estátua de um menino com um peixe na mão!
Reparei que a feição do menino era exatamente a do pequeno artesão!
Assustado fiquei olhando e admirando a figura de mármore, e pouco a pouco, ia compreendendo o que ele queria transmitir.
- Olha vá pescar de novo, você está depressivo após a sua cirurgia, volte a desfrutar as coisas belas da vida, convide os seus velhos amigos, e vá curtir a vida!
Parecia ouvir estas palavras desta estátua do menino pescador...